Minha professora de Didática I, Denice Catani, da USP, nos pediu uma série de pequenos textos sobre nossa formação. De acordo com ela, quem quer interferir na formação alheia deve, no mínimo, refletir sobre a sua própria.
Com base no capítulo Memória de Livros do livro Um Brasileiro em Berlim , de João Ubaldo Ribeiro, o primeiro texto dessa série deveria retratar nossas relações com a leitura: o aprendizado da leitura, pessoas que nos incentivaram, o quanto gostamos de ler, etc.
O resultado está aí!
Divirtam-se! (E não reparem em repetições de palavras e outras cositas desse gênero. Aqui vale mais o conteúdo que a forma do texto).
Desde que me reconheço como um ser pensante, sei ler. Fui alfabetizada pelo método montessoriano aos quatro anos de idade. Mas antes de muitos livrinhos infantis recomendados pela escola e por minha mãe, eu já tinha uma profunda relação com a leitura: de acordo com mamãe, eu já devorava (literalmente) revistas aos oito meses de idade. Minha fome também refletiu na hora de pronunciar minha primeira palavra, “pão”.
Com um ano e oito meses entrei na Escola Irmã Catarina, na época localizada na rua Rodrigo Cláudio, na Aclimação. O método Montessori criou um ambiente propício para estímulos à leitura. Desde muito pequenos tínhamos contato com as letras do alfabeto e muito material era colocado à nossa disposição. Aos quatro anos, estava alfabetizada.
Uma série de livros infantis viviam entrando e saindo de casa. Minha mãe, que sempre leu muito, incentivava não só a leitura, como a cultura num todo. Ouvíamos e aprendíamos música, íamos ao teatro e ao cinema quase todo fim de semana (o passeio também incluía horas na parte infantil das livrarias dos shoppings). Por volta dos meus sete anos de idade, o gosto por teatro me levou a um passeio com a escola para o Sítio do Pica-Pau Amarelo. Ganhei também um livro da coleção.
Aos nove anos, ganhei de uma grande amiga da família o meu primeiro “grande” livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Eu levava para a escola e lia durante todos os intervalos. O livro de cento e poucas páginas me acompanhou por um bom tempo. Eu marcava as páginas com bolinhas antes dos parágrafos que seriam começados.
Mas apesar de Potter ter me influenciado, a marca na minha história com a leitura veio definitivamente na quarta-série. Tia Cleide, professora incrível, nos passava diversos livros e, além disso, incentivava o debate sobre eles e nossa redação sobre os temas. A partir daí, passei não só a ler como a escrever ficção em poucos parágrafos. O gosto pela poesia também veio graças à Tia Cleide.
Enquanto isso, meu falecido Tio (-avô) Luigi insistia que eu lesse literatura internacional e seus grandes autores, mas não me dava muitos livros. Um dos poucos foi O Pequeno Príncipe. Quando o li pela primeira vez, não entendi nada. Outro livro que lembro ter me sido dado por meu tio foi O Continente 1, parte de O Tempo e o Vento, do Érico Veríssimo. O primeiro grande romance brasileiro que li (com 14 anos).
Durante todo o fundamental I tive “aulas de leitura” com a Tia Lia, atualmente aposentada. Ela nos passava exercícios com textos, basicamente de interpretação, e exigia também redações freqüentemente. Também pedia pesquisas (lembro-me bem de uma sobre o Pantanal). Talvez daí tenha saído o meu interesse pela área de comunicação e jornalismo.
No ginásio, minha professora de Português, Tia Rosa, pedia desde os livros da coleção Vagalume até versões adaptadas de Machado de Assis, Cervantes, entre outros. Li muitos livros do Pedro Bandeira e muitas crônicas. Tia Rosa me ensinou tudo que sei hoje sobre gramática. O gosto pela língua portuguesa e por como ela funcionava impulsionou minha leitura.
Desde então, gosto muito de ler. Infelizmente, o colegial me tirou tempo para as leituras extra-escolares e fiquei um bom período parada. (Para se ter uma idéia, neste janeiro de 2009 li 5 livros). Atualmente, estou com minhas atenções voltadas para os textos acadêmicos das duas graduações que estou fazendo (Pedagogia aqui na USP e Jornalismo na Cásper Líbero), mas espero sempre que puder continuar meus caminhos no campo da literatura.
Com base no capítulo Memória de Livros do livro Um Brasileiro em Berlim , de João Ubaldo Ribeiro, o primeiro texto dessa série deveria retratar nossas relações com a leitura: o aprendizado da leitura, pessoas que nos incentivaram, o quanto gostamos de ler, etc.
O resultado está aí!
Divirtam-se! (E não reparem em repetições de palavras e outras cositas desse gênero. Aqui vale mais o conteúdo que a forma do texto).
Desde que me reconheço como um ser pensante, sei ler. Fui alfabetizada pelo método montessoriano aos quatro anos de idade. Mas antes de muitos livrinhos infantis recomendados pela escola e por minha mãe, eu já tinha uma profunda relação com a leitura: de acordo com mamãe, eu já devorava (literalmente) revistas aos oito meses de idade. Minha fome também refletiu na hora de pronunciar minha primeira palavra, “pão”.
Com um ano e oito meses entrei na Escola Irmã Catarina, na época localizada na rua Rodrigo Cláudio, na Aclimação. O método Montessori criou um ambiente propício para estímulos à leitura. Desde muito pequenos tínhamos contato com as letras do alfabeto e muito material era colocado à nossa disposição. Aos quatro anos, estava alfabetizada.
Uma série de livros infantis viviam entrando e saindo de casa. Minha mãe, que sempre leu muito, incentivava não só a leitura, como a cultura num todo. Ouvíamos e aprendíamos música, íamos ao teatro e ao cinema quase todo fim de semana (o passeio também incluía horas na parte infantil das livrarias dos shoppings). Por volta dos meus sete anos de idade, o gosto por teatro me levou a um passeio com a escola para o Sítio do Pica-Pau Amarelo. Ganhei também um livro da coleção.
Aos nove anos, ganhei de uma grande amiga da família o meu primeiro “grande” livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Eu levava para a escola e lia durante todos os intervalos. O livro de cento e poucas páginas me acompanhou por um bom tempo. Eu marcava as páginas com bolinhas antes dos parágrafos que seriam começados.
Mas apesar de Potter ter me influenciado, a marca na minha história com a leitura veio definitivamente na quarta-série. Tia Cleide, professora incrível, nos passava diversos livros e, além disso, incentivava o debate sobre eles e nossa redação sobre os temas. A partir daí, passei não só a ler como a escrever ficção em poucos parágrafos. O gosto pela poesia também veio graças à Tia Cleide.
Enquanto isso, meu falecido Tio (-avô) Luigi insistia que eu lesse literatura internacional e seus grandes autores, mas não me dava muitos livros. Um dos poucos foi O Pequeno Príncipe. Quando o li pela primeira vez, não entendi nada. Outro livro que lembro ter me sido dado por meu tio foi O Continente 1, parte de O Tempo e o Vento, do Érico Veríssimo. O primeiro grande romance brasileiro que li (com 14 anos).
Durante todo o fundamental I tive “aulas de leitura” com a Tia Lia, atualmente aposentada. Ela nos passava exercícios com textos, basicamente de interpretação, e exigia também redações freqüentemente. Também pedia pesquisas (lembro-me bem de uma sobre o Pantanal). Talvez daí tenha saído o meu interesse pela área de comunicação e jornalismo.
No ginásio, minha professora de Português, Tia Rosa, pedia desde os livros da coleção Vagalume até versões adaptadas de Machado de Assis, Cervantes, entre outros. Li muitos livros do Pedro Bandeira e muitas crônicas. Tia Rosa me ensinou tudo que sei hoje sobre gramática. O gosto pela língua portuguesa e por como ela funcionava impulsionou minha leitura.
Desde então, gosto muito de ler. Infelizmente, o colegial me tirou tempo para as leituras extra-escolares e fiquei um bom período parada. (Para se ter uma idéia, neste janeiro de 2009 li 5 livros). Atualmente, estou com minhas atenções voltadas para os textos acadêmicos das duas graduações que estou fazendo (Pedagogia aqui na USP e Jornalismo na Cásper Líbero), mas espero sempre que puder continuar meus caminhos no campo da literatura.
2 comentários:
Que bonitinho! :D
Acho que muitas das pessoas que gostam demais de ler começaram cedo e têm muitas lembranças relacionadas aos livros. Isso é tããão legal :)
(e alguns escritores, músicos etc, ficam com pretensões de "mudar o mundo" ou "começar uma revolução" e depois se frustram porque supostamente não conseguem, mas fazer parte da vida de alguém já não é mudar o mundo? :D)
Mel, você não sabe a felicidade que o acaso de encontrar seu blog me trouxe.
Estava eu procurando alguns velhos amigos da Irmã Catarina, aonde estudei até a oitava série, em 1990, indo então morar nos EUA, aonde fiquei até o início de 2009.
Como você pode imaginar, tive grandes dificuldades, acho que naquela época a maioria dos alunos eram matriculados lá mais pela "facilidade" de passar de ano do que pelo método em si.
Foi aí que comecei a pesquisar por outras palavras-chaves, como 'classe de 1990', uma certa colega que se chamava Fernanda Abraão, que hoje em dia pode ser tão bonita quanto a famosa, e então decidi por a Tia Lia, e fiquei encantado com a sua história.
Apesar de não ser bem sucedido academicamente, cuja culpa eu ponho na preguiça e na incertidão, sempre amei a palavra escrita e até hoje sonho em seguir a carreira do meu bisavô, fundador do primeiro jornal da grande cidade de Bauru, o portão da Noroeste. Compartilho as mesmas memórias da Tia Lia incentivando a leitura, e também me lembro de que, apesar da minha provável falta de esforço, ela conseguia achar uma maneira de reforçar a minha auto-estima e estimular minha mente.
Muito grato por essa pequena alegre surpresa! Boa sorte com sua carreira e sua vida em geral!
Icaro Bagolan
p.s.: caso entrar em contato com a Dona Lia, mande-a minhas lembranças.
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