17 de fevereiro de 2008

"Bar Bilhar"

Um bar à meia luz. Ao contrário de Dorival Caymmi, não estou falando de algum lugar em Copacabana, mas sim nos arredores da praça da Igreja Santa Margarida, perto de minha casa. Na verdade, muitos chamariam de boteco o local sujo, cheio de cartazes colados nas paredes (incluindo uma propaganda do Etapa), mal iluminado e com um letreiro que pisca mostrando as palavras “Bar Bilhar”.
Pela pequena porta do bar sempre avisto um senhor sentado com seu copo de cerveja, um cachorro vira-lata a pedir restos e um garçom, também de idade, limpando o balcão. Este aparenta ser de alguma pedra similar ao mármore, com detalhes em madeira e um tampo que, em outros tempos, devia ser muito bem cuidado.
A julgar pela arquitetura do balcão, creio que este já foi um bar muito freqüentado do bairro. Situado na praça da Igreja, perto do cemitério ecumênico, cercado por outras casinhas e perto de uma antiqüíssima drogaria. Um conjunto de construções que me levam a afirmar que ali era um centro de comércio próspero da Vila Mariana que, como o centro da cidade, se degradou com o tempo.
Se há mesmo uma mesa de bilhar ali, não sei. Mas que há muitas histórias a serem contadas, há.
Se der, arranjo uma foto. ;D

1 de fevereiro de 2008

Misturas

A garota estava ali, sentada na grama daquela pequena colina. Ouvia pessoas cantando, gritando, comemorando, bebendo. A garota olhava fixamente pro horizonte, onde o sol surgia lentamente, colorindo o céu antes coberto de belas estrelas. Ela já estava cansada de tudo aquilo. Feliz, porém cansada. Suas expectativas e sonhos começavam a se realizar naquele instante. Um quê de insegurança podia ser visto através dos castanhos olhos da garota, que refletiam a mistura de cores e sentimentos. A manhã que ali nascia era típica de outono: ensolarada e gelada, solitária.
Foi quando então a garota sentiu uma presença ao seu lado. Ele, também cansado, sentou-se ao lado dela. Ela estava no início de sua jornada, e ele no fim. Conversaram então sobre a estrada, contaram fatos engraçados, curiosos, riram. Então, por fim, ela chorou.
Cada lágrima que rolava pela face da garota expressava um sentimento diferente. A alegria da conquista, a tristeza da despedida, o medo de errar, a vergonha de mostrar tudo isso na frente dele, que também não se conteve e deixou-se levar pelo pranto.
Eles então se abraçaram, e seguiram cada um pro seu caminho.

Obs: Tem algumas repetições de palavras, sugestões são bem vindas.