28 de janeiro de 2009

Greve

Em protesto contra a Eletropaulo que ignorou totalmente aqueles que preferem realizar suas atividades durante o período da madrugada cortando a energia do meu bairro hoje por volta de 1 hora e 30 minutos da manhã deixarei o blog sem textos novos até semana que vem. No instante em que a luz foi cortada, eu escrevia um post que estava ficando uma gracinha. Nem sei se está salvo nos rascunhos, mas agora também não quero postar. u_ú

Sem mais.

21 de janeiro de 2009

O café com leite frio da minha caneca logo vai me obrigar a levantar daqui e a parar de olhar pro telefone, afinal ela não vai andar sozinha até a mesa. Apesar de já serem 3 horas da madrugada a maldita insônia que me persegue não se convence de que você não vai me ligar nem às 3 da manhã nem nunca. Com certeza se eu estivesse falando com você agora você me falaria pra parar de jogar a culpa na coitada da insônia, mas tudo que eu ouço são os poucos carros nas ruas, o vento balançando as plantas no quintal, o computador que, ainda ligado, passa fotos aleatórias na tela: a gente na praia, na minha casa, na rua, na chuva, na fazenda e numa casinha de sapê. Na verdade, nenhuma delas só nossa, todas tem mais gente. Na verdade, algumas nem tem o seu rosto, só são de ocasiões que você também estava presente, mas é suficiente pra minha cabeça entrar numa onda de saudades de coisas que não aconteceram. Ah!
Um novo ruído, mas nada de telefone: só a caneca caindo no chão, querendo voltar sozinha pra mesa. Ok, vou levantar, a caneca vão vai chegar ao cúmulo de limpar a bagunça sozinha.

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Texto começado num dia e terminado noutro. Fruto de algumas associações livres.

13 de janeiro de 2009

Diário de Viagem

Seguinte... Eu fui viajar com a minha família e o tédio era tanto que li três livros (Muito Longe de Casa, Ishmael Beah; Clarissa, Érico Veríssimo; Budapeste, Chico Buarque) em 4 dias. Então, como não havia mais nada pra ler, resolvi escrever, como se fosse um diário. Mas não completei todos os dias porque me falhava a memória e eu consegui algumas poucas coisas pra fazer. Vou postar o do dia 11, domingo, que foi o que escrevi no próprio dia. Logo mais, fotos do visual das montanhas e, se eu tiver paciência pra digitar, os outros dias que tive tempo de escrever.

Vamos ao texto!

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Acordei duas vezes. A primeira foi às 10:30. Tateei pelos óculos, procurei meu relógio. Vi que já tinha perdido a hora pro café, então virei pro lado e dormi até 12:35. Minha mãe veio nos chamar pro almoço e organizar um pouco da bagunça acumulada por mim e pelo Sami (roupas e sapatos espalhados por todos os cantos).

Fomos para o refeitório eu, meu irmão e meu pai. Por um milagre a Dé ainda estava dormindo e minha mãe precisou ficar com ela. Almocei rápido para que minha mãe pudesse comer, passei no quarto pra escovar os dentes e apanhar Budapeste. Meu irmão já estava no quarto dos meus pais instalando o notebook e lutando com a internet móvel. Minha irmã logo acordou e foi almoçar com mamãe.

Me acomodei na cama e comecei o livro. Li até meu pai chegar e religar a TV (que no domingo tem aquela programação booooa). Logo minha mãe e a Dé voltaram e assistimos juntos o americanóide dublado "A lenda do tesouro perdido". Praticamente duas horas de inércia da família toda na frente da telinha. Terminado o filme, fui pro meu quarto retomar a leitura.

A história de José Costa me prendeu totalmente e terminei o livro antes da hora do jantar. Entre um capítulo e outro arranhava o violão, dava uma volta no quarto. Durante essas pausas, comecei a reparar na estranha coincidência das minhas leituras solitárias: tanto Ishmael quanto Amaro quanto Kósta , personagens cujos finais eram os que mais me interessavam nos livros, eram figuras muito sós. Depois desse devaneio, abri mais uma latinha de Coca que se somaria às outras duas vazias no criado-mudo.

Depois de ler a última página me arrumei e fui para o 154 encontrar meus irmãos para jantar. No refeitório nos encaminhamos para a nossa nova mesa (o hotel estava tão vazio que mudaram as mesas todas para uma única área do restaurante). Depois do jantar, espiei a programação de lazer pra ver se, por um milagre, haveria algo pra se fazer: nada, de novo. Voltei pro quarto pensando no que fazer pra aliviar o tédio bucólico que me deixava com mais e mais vontade de voltar pra casa.

3 de janeiro de 2009

Monochrome

Não importa o que fizesse, nada seria diferente. Foi exatamente o que pensou antes de girar a chave na porta mais uma vez para sair. Era a quarta consecutiva vez na semana que sairia de casa. Das outras vezes, apesar dos destinos serem diferentes, parecia que tudo se repetia: trancava a porta, descia pelas escadas, pedia para que o porteiro abrisse a porta, caminhava para onde quisesse sem medo dos carros e motos e pessoas desgovernados no caos paulista pois as ruas estavam vazias, sem carros, motos ou pessoas. A falta de tudo isso somada a dias incrivelmente nublados davam a ela a sensação de que tudo era do mesmo tom de cinza ou de laranja ao final do dia que a fazia sentir-se só apesar de uma ou outra companhia. Depois voltaria para casa, pediria novamente para o porteiro que abrisse a porta, pegaria dessa vez o elevador, pois estaria cansada. Tudo se repetia. E se repetirá durante o dia de amanhã e o de depois de amanhã e do seguinte deste. Presa num ciclo que não leva a nada e que só a deixa mais e mais cansada.

Nunca Yann Tiersen foi tão perfeito pra descrever uma fase de sua vida.

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Obs: Não, a Reforma Ortográfica não colou e nem vai colar enquanto não sair aquele novo Vocabulário da Língua Portuguesa que JÁ DEVIA ESTAR PRONTO ANTES DA REFORMA PASSAR A VALER, OK, ABL?

Mel, respira, respira...