Seguinte... Eu fui viajar com a minha família e o tédio era tanto que li três livros (Muito Longe de Casa, Ishmael Beah; Clarissa, Érico Veríssimo; Budapeste, Chico Buarque) em 4 dias. Então, como não havia mais nada pra ler, resolvi escrever, como se fosse um diário. Mas não completei todos os dias porque me falhava a memória e eu consegui algumas poucas coisas pra fazer. Vou postar o do dia 11, domingo, que foi o que escrevi no próprio dia. Logo mais, fotos do visual das montanhas e, se eu tiver paciência pra digitar, os outros dias que tive tempo de escrever.
Vamos ao texto!
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Acordei duas vezes. A primeira foi às 10:30. Tateei pelos óculos, procurei meu relógio. Vi que já tinha perdido a hora pro café, então virei pro lado e dormi até 12:35. Minha mãe veio nos chamar pro almoço e organizar um pouco da bagunça acumulada por mim e pelo Sami (roupas e sapatos espalhados por todos os cantos).
Fomos para o refeitório eu, meu irmão e meu pai. Por um milagre a Dé ainda estava dormindo e minha mãe precisou ficar com ela. Almocei rápido para que minha mãe pudesse comer, passei no quarto pra escovar os dentes e apanhar Budapeste. Meu irmão já estava no quarto dos meus pais instalando o notebook e lutando com a internet móvel. Minha irmã logo acordou e foi almoçar com mamãe.
Me acomodei na cama e comecei o livro. Li até meu pai chegar e religar a TV (que no domingo tem aquela programação booooa). Logo minha mãe e a Dé voltaram e assistimos juntos o americanóide dublado "A lenda do tesouro perdido". Praticamente duas horas de inércia da família toda na frente da telinha. Terminado o filme, fui pro meu quarto retomar a leitura.
A história de José Costa me prendeu totalmente e terminei o livro antes da hora do jantar. Entre um capítulo e outro arranhava o violão, dava uma volta no quarto. Durante essas pausas, comecei a reparar na estranha coincidência das minhas leituras solitárias: tanto Ishmael quanto Amaro quanto Kósta , personagens cujos finais eram os que mais me interessavam nos livros, eram figuras muito sós. Depois desse devaneio, abri mais uma latinha de Coca que se somaria às outras duas vazias no criado-mudo.
Depois de ler a última página me arrumei e fui para o 154 encontrar meus irmãos para jantar. No refeitório nos encaminhamos para a nossa nova mesa (o hotel estava tão vazio que mudaram as mesas todas para uma única área do restaurante). Depois do jantar, espiei a programação de lazer pra ver se, por um milagre, haveria algo pra se fazer: nada, de novo. Voltei pro quarto pensando no que fazer pra aliviar o tédio bucólico que me deixava com mais e mais vontade de voltar pra casa.