1 de fevereiro de 2009

Cabo-de-guerra

Ela estava lá, de novo, contemplando aquele mesmo nascer do sol carregado de nuvens cinzas entre manchas coloridas no céu. Sentada na grama, com um pouco de frio, segurando as próprias pernas junto ao corpo cansado. Outro corpo exausto sentou ao seu lado e a fitou por alguns segundos. Ela retribuiu com um sorriso de canto de boca. Ainda em torno dos joelhos, suas mãos se ocupavam uma com a outra, assim como sua boca se ocupava com devaneios que buscavam romper qualquer instante de silêncio em que se diriam mais coisas que em todas aquelas frases. Ambos sabiam disso. Agora, ignorava o braço que pousava em seus ombros e acarinhava seu braço. Insegurança, amparo, receio, vontade. Um cabo-de-guerra que ela venceu se levantando com uma desculpa esfarrapada como todas as coisas ditas pra rasgar o silêncio. Algumas palavras estilo assunto de elevador, uma ou outra gentileza, um abraço e palavras ao pé do ouvido encerraram o começo daquele novo dia.

*

Bem, já é domingo e, portanto, fim da greve. Divirtam-se.
Ah, título tosco. Aceito sugestões.

3 comentários:

Mariana disse...

Alguns visitantes preferem passar despercebidos por esse blog... talvez não tenham nada a acrescentar aos seus pensamentos, mas, com certeza, sentem muita saudade!

=******

Hugemiler disse...

Nossa, se suas greves continuarem extensas assim precisaremos de um novo feriado...

A propósito, esse texto me lembra nossa conversa sobre a viagem dos judeus, não sei por que. Enfim. Tá bunitinho

Bruno Capelas disse...

Agora tuuuuuuuuuuudo faz sentido.
Mas cabo-de-guerra é um título aleatório demais. Me dê um pouco de tempo que eu te acho um título mais legal. :D