Não importa o que fizesse, nada seria diferente. Foi exatamente o que pensou antes de girar a chave na porta mais uma vez para sair. Era a quarta consecutiva vez na semana que sairia de casa. Das outras vezes, apesar dos destinos serem diferentes, parecia que tudo se repetia: trancava a porta, descia pelas escadas, pedia para que o porteiro abrisse a porta, caminhava para onde quisesse sem medo dos carros e motos e pessoas desgovernados no caos paulista pois as ruas estavam vazias, sem carros, motos ou pessoas. A falta de tudo isso somada a dias incrivelmente nublados davam a ela a sensação de que tudo era do mesmo tom de cinza ou de laranja ao final do dia que a fazia sentir-se só apesar de uma ou outra companhia. Depois voltaria para casa, pediria novamente para o porteiro que abrisse a porta, pegaria dessa vez o elevador, pois estaria cansada. Tudo se repetia. E se repetirá durante o dia de amanhã e o de depois de amanhã e do seguinte deste. Presa num ciclo que não leva a nada e que só a deixa mais e mais cansada.
Nunca Yann Tiersen foi tão perfeito pra descrever uma fase de sua vida.
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Obs: Não, a Reforma Ortográfica não colou e nem vai colar enquanto não sair aquele novo Vocabulário da Língua Portuguesa que JÁ DEVIA ESTAR PRONTO ANTES DA REFORMA PASSAR A VALER, OK, ABL?
Mel, respira, respira...
2 comentários:
Ah, Yann Tiersen é muito bom... E você falou bem: fase ;)
Sobre a Reforma (que reforma?) aqui um texto muito bacana do Ubaldo:
http://arquivoetc.blogspot.com/2009/01/joo-ubaldo-despetalando-flor-do-lcio.html
Bon voyage!
Eh...
Yann Tiersen eh bom, mas talvez um pouco triste. Fui eu que te mostrei certo..
Anime-se moça!
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